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O projeto Pegada de Carbono da Carne Bovina Brasileira calculou a pegada de carbono da carne exportada, desde a produção de insumos até a chegada aos portos da União Europeia, englobando todas as etapas do ciclo de vida do produto (do berço ao porto). Entretanto, a maioria dos estudos sobre pegada de carbono da carne brasileira têm como escopo somente as atividades “dentro da porteira” (dentro da fazenda, nas atividades de cria, recria e engorda), enquanto apenas um contempla as atividades frigoríficas e os transportes.

As tendências do mercado europeu com relação à rotulagem ambiental de produtos, associadas à demanda de consumidores cada vez mais exigentes e o contexto de compromissos globais de redução de emissões de GEE geram pressão sobre os fornecedores de produtos, que precisarão atender a novas exigências. Por ser o maior fornecedor de carne bovina para a UE (atendendo a 41,5% da importação do bloco), o Brasil precisa estar atento e preparado para fornecer informações sobre os impactos climáticos associados a este produto.

Quantificar a pegada de carbono da carne e de outros produtos relevantes para o PIB nacional passa a ser uma prioridade no cenário das exportações. Mais do que isso, conhecer o valor e a origem das emissões, bem como as implicações dessas variáveis na PC da carne bovina pode ajudar no melhor posicionamento deste importante produto em mercados internacionais. Trata-se de uma oportunidade para identificar as oportunidades de redução de emissões, de ganho de eficiência e de fomento à pecuária de baixo carbono no país. O resultado desse processo gerará diversos benefícios para a cadeia de valor, que abrange desde os produtores de insumos, pecuaristas, frigoríficos e operadores logísticos.

Na amostra de 23 fazendas analisadas, os resultados da pegada de carbono variaram de 27 a 99 kg CO2e / kg carne desossada, o que reflete a variabilidade das práticas da pecuária no Brasil.

Como já era esperado, a etapa da fazenda foi responsável pela maior contribuição das emissões de GEE da PC da carne, respondendo por uma parcela de 85% até 98% do total, dependendo do caso. Nessa etapa foram consideradas as fontes mais relevantes a fermentação entérica e a dMUT das pastagens.

Já as emissões relacionadas à produção de ração animal e de fertilizantes e corretivos mostraram-se relevantes em alguns casos, chegando a representar até 12,7% e 6,7% da PC da carne, respectivamente.

Por outro lado, as emissões relacionadas às atividades de transporte e dos processos industriais que ocorrem nos frigoríficos são pouco relevantes quando o ciclo de vida da carne é analisado: essas fontes representam faixas que variam de 0,8% a 3,3% (transportes); e de 0,4% a 1,3% (frigorífico).

Para ter acesso ao estudo completo, acesse: http://www.gvces.com.br/PCCBB-analise-da-cadeia-produtiva-e-aspectos-ambientais?locale=pt-br

 

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